quarta-feira, 26 de junho de 2013

Resenha: Memórias Póstumas de Brás Cubas

Olá terráqueos! Passam bem? Espero que sim :)
Hoje teremos resenha do Clássico do Mês de junho, que aliás eu tive que ler pra escola. Bora?!

Autor (a): Machado de Assis
Páginas: 263
Editora: Globo
Velocidade de leitura: Lenta
Nota: 4.0/5.0
Sinopse: Após sua morte, Brás Cubas resolve contar em um livro suas experiências de vida. Suas namoradas, seus amigos, suas perdas, suas ideias, suas loucuras, seus delírios... suas Memórias. 
Através de muitos conhecimentos, infinitas referências, Machado de Assis escreve com absurda genialidade e habilidade, vivendo seu personagem.






Como eu disse antes, eu li o livro pra escola. Eu não achei muito inteligente da parte da minha professora fazer alunos do 9º ano lerem Machado de Assis, porque sei que isso vai afastar muitos leitores. Mas também tenho que agradecê-la, porque se não fosse por ela, eu só leria Machado no Ensino Médio. Foi difícil, mas consegui ler o livro a tempo.

O Machado é genial, não posso negar. Foi uma das leituras mais ricas que eu já fiz. Ele fez referências a mitologia grega, a mitologia romana, a diversos pensadores, a escritores, a políticos, etc. Para vocês terem ideia do tamanho da genialidade, no final do livro há QUINZE páginas explicando as referências do autor. Tipo notas de rodapé, entendem? Só que não estão no rodapé por que se estivessem, não sobraria texto nas páginas... Hahaha!

O que fez com que a leitura demorasse um pouco foi a maneira que Machado escreve, não pela linguagem antiga. Em um capítulo no meio do livro, Machado/Brás descreve perfeitamente essa maneira de escrever (para vocês terem uma ideia do tamanho dos capítulos, esse está completo; e caso você não tenha lido as Memórias, não se preocupe pois não há spoilers no trecho a seguir):

"Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho o que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
E caem! - Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, daria uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca pra rir, também não deixa olhos pra chorar... Heis de cair."
                                                                                                (Capítulo LXXI - pág. 161) 

Como eu disse, descreve perfeitamente.

Quanto ao enredo, não é lá essas coisas. Apenas a vida de um homem... Mas não posso negar que o homem em si é muito bem construído, assim como todos os personagens. Mas a vida de Brás foi, no geral, infeliz. Ele passou por muitas experiências que o fizeram feliz, mas nenhuma durou até sua morte. E eu, pessoalmente, não sou muito fã de histórias com finais infelizes.

O Machado/Brás tem muita intimidade com o leitor, claro, não tanto como hoje em dia, mas comparado com os outros livros dessa época que eu li (nenhum deles brasileiro), é muita honestidade! Brás admite ter tido muitos pensamentos constrangedores e vergonhosos, e isso é bem legal, rsrs!

Bom gente, é isso! Um beijão,
Alice.

3 comentários:

  1. Oi, Alice.
    Tudo bem?
    Gostei muito da sua leitura de Junho, e concordo quando disseste que não foi muito inteligente da parte de tua professora indicar esse livro para alunos do 9º ano!
    Machado de Assis é mesmo um gênio, pude fazer um estudo sobre suas obras agora no Ensino Médio e me surpreendi bastante.
    Tenho muita curiosidade em ler esse livro e espero conseguir realizar isso em breve.
    Ao contrário de você, gosto de livros com finais infelizes (é, sou má! hahaha), então acho que vou gostar desse!
    Adorei a sua resenha, você está escrevendo cada vez melhor!
    Beijos.
    Gabi.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Oi linda!
      Tudo ótimo :)
      Pois é... Acho que eu fui uma das, senão a única pessoa da sala que leu o texto integral e completo, já que muitos leram ou adaptações ou pegaram resumos na internet (tsc, tsc, tsc...), e acho que levarão isso pro futuro e quando tiverem que ler de novo...Vai ser complicado.
      E sim, sem dúvida ele é genial, assim como esse livro.
      Sério? Eu poderia jurar que você gostava dos finais felizes, hehehe.
      Obrigada linda!
      Beijocas!!

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